Leilão simplificado deverá levar a necessidade de cobertura de R$ 9 bilhões e custo de geração térmica adicional de R$ 13 bilhões, além da bandeira tarifária de escassez hídrica

A Superintendência de Gestão Tarifária da Aneel estima um impacto tarifário médio em 2022 da ordem de 21,04%. Esse índice foi calculado a partir de todo o universo de custos das distribuidoras e incluídos os impactos das medidas para enfrentamento da crise hídrica.

De acordo com o memorando interno da SGT, essa estimativa levou em conta as diversas medidas para garantia do abastecimento de energia elétrica no SIN. E relaciona dentre elas, o despacho excepcional de todo o parque termelétrico
disponível, a realização de programa de Redução Voluntária da Demanda, a importação de energia do Uruguai e Argentina, bem como a realização do leilão simplificado.

Os custos excepcionais de geração, informa a SGT, no melhor cenário, apontam para um déficit de custo acumulado até abril de 2022, da ordem de RS 13 bilhões. Esse valor, já descontado a previsão de arrecadação da receita da bandeira tarifária patamar escassez hídrica no período.

“Esse déficit de custo frente à cobertura tarifária distribuidoras implica em um impacto tarifário médio de aproximadamente 6,37%”, avalia a SGT.

Além desse valor o leilão simplificado, realizado em outubro, leva a uma necessidade de cobertura tarifária de cerca de R$ 9 bilhões, o que equivale a um impacto tarifário médio de 4,49%. Mas ressalta que estimativa contempla apenas a cobertura econômica, pois, a depender do nível de despacho dessas usinas e do PLD, podem ocorrer custos com a aquisição de combustível para serem cobertos pelas bandeiras ou colocadas na CVA de cada distribuidora. Essa é a conta em que ficam guardados os valores a serem repassados à tarifa do ACR no aniversário do contrato.

Em nota divulgada na noite de sexta-feira, 12 de novembro, a Aneel informou que os números “correspondem a estimativas preliminares baseadas em cenários hipotéticos que ainda não consideram as medidas de atenuação tarifárias que serão implementadas em 2022.”

A agência destacou que tem atuado dentro de sua competência para atenuar os impactos da escassez hídrica nos processos tarifários de 2022, a exemplo a exemplo dos esforços feitos nos anos de 2020 e 2021 e que permitiram que os impactos da pandemia no aumento das tarifas fossem significativamente reduzidos.

Fonte: Canal Energia – 12/11/2021